sexta-feira, abril 21, 2006

POUCAS TELHAS

As telhas de minha casa caíram em um recinto
Mas é lá que eu sinto o frescor da natureza
Precisa saber o que as casas guardam em suas telhas
É lá que eu sinto a proximidade do universo
Minhas teias andam raras mesmo
Precisa saber porque as aranhas constroem suas teias
Elas não circulam em suas teias a esmo
Do mesmo jeito o sangue de poeta em minhas veias
Quisera uma teia de amor em cada verso.

© Walterbrios
9/4/2006

SORTE LANÇADA

Que sorte a nossa seria,
Se não fosse a morte,
Seriamos felizes!?
E se amássemos até a morte?
Tu ó morte, envergonhada viveria.


* * * * * * * * * *

Ficar à beira da estrada
e não fazer nada...
isso é a estagnação,
é estar à beira do abismo
e nada fazer para sair,
é estar ás mãos da salvação
e ver pelo descaso ela partir.



* * * * * * * * * *


Quem não sabe de nada
está perdido
nem o diabo o aceita no inferno
como uma anta fingida.
Quando acordar e der uma virada
talvez aprenda do nada.
Porque o que faz viver não é a angústia
é a angústia e outras hóstias.



* * * * * * * * *


ah! Se bebêssemos a vida
se tomássemos os dias
com goladas de surpresas
e a cada gole de momentos
nos desse um prazer que arrepia
no fim da vida
já teríamos tomado o cálice da sabedoria
teríamos bebido todas as naturezas
estaríamos imunes a todos os tormentos
e quedaríamos embriagados de amor, mas senhor dos dias.


* * * * * * * *


Tenho a consciência nua
pela minha verdade vestida
de liberdade nua
sou sincero comigo mesmo
e tu sejas tua

* * * * * * * * *

Fizemos arruaça
mas sopramos nossas fumaças
que nos embaçavam os olhos
depois descobrimos a cegueira
nos nossos erros
por isso as lágrimas lavaram nossos olhos.

Perdemos várias batalhas
no trajeto de nossas vidas,
nos perdemos entre ilusões
e todas a nossas falhas,
mas a guerra não está perdida
existe força em nossos corações.


* * * * * * * * *


Em pétalas de alegria
o teu sorriso se abria
e eu via tua boca em flor
chamar o meu amor


* * * * * * * * *


Eu sei o que fazer
sim... Mas às vezes tenho medo
dos mil e um enredos
que se fazem pelo prazer.
E depois chorar e achar
que já é tarde para amar.

* * * * * * * * *


Ao suicida
faltou um gesto de amor
a sua própria vida
e ele preferiu
se afogar com sua própria dor.


* * * * * * * * *

Se tu constróis uma redoma
Em torno
Da tua própria dor
Deixe uma fresta aberta
Pra entrar o ar de quem te ama
Não te deixes
Morrer de claustrofobia
Por falta de amor

Lá fora é duro
Às vezes até o dia
Mergulha no escuro
Até agora ninguém negou
O que sofria
O tempo passou
Mas ninguém ficou
E todos descansam na eternidade

* * * * * * * * * *

Tu sonhas nos olhos
E,deliras no corpo
Teu prazer é meu conforto
Eu vejo os teus olhos
Como um livro de tua alma
Teu corpo me dá a resposta certa
Quando desliza em cada parte
A minha mão aberta.

E tu sabes beijar
Com gosto de mais
Com rosto de amar
Conforto de paz.

* * * * * * * * * *

Viajante... O que trazes na mochila

Eu vejo teu cansaço, às vezes desespero
Teus pensamentos seguem em fila
Repassando o caminho o tempo inteiro



* * * * * * * * * *


Porque uma só atitude não basta
Para trazer de volta a juventude e os ares do passado
A rapidez do corpo nos foge como pensamento indomado
E a lentidão do corpo agora nos arrasta

Os gestos bruscos ficaram para trás
Caíram os cabelos encaracolados
Alguns ficaram escassos e pálidos
A idéia muita avançada aqui jaz.

* * * * * * * * * * *


Cerejas na intimidade
Com mel deslizando no corpo
E Martine
Escrevendo a traço torto
Maçã do amor
No auto da atividade
E um rubor no rosto
Uma salada de frutas sensuais
E um creme de leite escorrendo
Pelas vias profundas
Do deleite
Um relax sonífero.

* * * * * * * * * * * *



Comemos o pão que a hora amassa
Para segurar o trem que passa

Nenhuma ave agüenta em suas asas uma tarde cinzenta
Nenhuma consciência clara dorme pardacenta

No musgo da árvore desperta a manhã
E boceja a vida

As pedras são pedras
Por isso esperam silenciosas
Para não contar as perdas

Reencarnação... Ressurreição...
Estamos todos envoltos na roda da ação
Talvez uma lâmina cure nossas feridas
Porque o sal já tempera nossas vidas.


* * * * * * * * * *

Oh dor insana
Porque tu bates na parede de um coração
As portas estão abertas para que vás
E do coração brote uma canção
Que descabele o sol e cantarole o dia

Tu mesmo és o alçapão
És a saída, ou o grilhão
Conduzes ao inferno,
Ou ao céu eterno
Quando souberem de ti
Morrerás de inanição

Às vezes engana como massa fina
E quem passa, não vê e não sente a sina,
Pra não sofrer... Por não saber o que ensinas

Pra quem tu corres, e quem morre oh dor insana
Há alguém que morre de dor porque não ama,
Ou morre de amor porque sente dor e não ama

Tu sangras pelas frestas do invisível
E dóis pela frente do sensível.



* * * * * * * * * * *


Oh Deus! Minha sorte está em tuas mãos
O que tenho de sereno, é o que em ti busco
Sei que reservaste, a minha e a paz dos meus irmãos
Eu te confio a minha, e a paz de quem te busca.


Eu sei Senhor que nossa estada, é curta ou cumprida
Mas Senhor... Fazei-nos conscientes de tua presença em nossa vida.

Walterbrios/15e16/02/2005

FRAGMENTOS DE VOZ

O sol da tua presença iluminada
Não foi sempre o sol que esteve aqui
Eu rezava para que chegasse a alvorada
Rezava para que voltasse o brilho
Que a noite havia me roubado daqui
Sabia que a melancolia noturna não durava
Mas contava os minutos para o novo dia
Enquanto havia noite tudo se calava
Apenas o eco breve da alegria.

Mas, compreendi o sol e sua ausência noturna,
Compreendi que além das nuvens cinzentas
Além da agonia e dor de qualquer treva soturna
Ainda brilha por sobre minhas horas lentas.

Meus fragmentos de voz perdidos
Ecoam em busca de tua alma
E só me dizem os pensamentos contidos
Minha súplica e fragmento de calma.

Agora tenho gestos imprecisos e a tez pálida
Eu tenho ainda tudo que não queria ter
Mas tenho dentro de mim uma esperança cálida
Esta é que acalma a longa espera do meu ser.

Mas os ecos no silêncio perdido
Atravessam véus do firmamento obscuro
Minhas idéias calam e minhas preces falam
Há sempre o reflexo de quem houvera partido
Espero o brilho que meus olhos reflitam.

Walterbrios
19 de abril de 2006

sábado, abril 08, 2006

BRIO DO MEU SER

Quem apagará o brio do meu ser? As páginas do meu livro eu escrevo a ferro e sangue, o peso de minhas lágrimas está na liberdade que me acompanha, chorada, sangrada, mas eternamente minha. Não desistirei da vontade que me abre o peito e me conserva vivo. Circulei por alguns vícios como cobra que atravessa por alguns orifícios para descobrir, no meio do túnel ainda, que a bondade tem curado meus machucados e os meus olhos vão percebendo o efeito do meu riso nos brios do universo, e o universo ri de volta aos meus olhos.

© Walterbrios1 de outubro de 2005

FILHOS NA ESTRADA

Filhos são como setas
Atirados nesta vida
Sabem as metas, não a ferida.
A saudade os pais sabem,
Pressentem na partida
E amargam na saudade
Às vezes doces lembranças
Quando as crianças partem.
Há tantas estradas retas,
Mas uma sempre se quebra;
E da vista se perdem
Quando dobram a esquina.
Quem os porá para dormir?

Walterbrios
5 de fevereiro de 2006

POLARIDADE DO AMOR

Uns dizem que é eterno,
Outros um inferno,
Mas como ter certeza
Como decifrar sua natureza
Se a dúvida está no homem
Ou quem decide o rumo que tomem
Assim, que realidade somos nós,
Um agito descompassado dos pós?
Não deixemos o coração descansar no colo
Se o amor está voltado para outro pólo.

Walterbrios
domingo, 5 de fevereiro de 2006

O ESQUEMA

O poema

Contradiz

O poema

Não é um

Esquema

Literário fixo

Onde se diz
Que o belo

Não é lixo

E este não é luxo

Não lamento dizer

Que no poema

Cabe tudo
Das coisas
De onde puxo
O elementar
E tudo no mundo .

Pois o perfume

Do poema

É poetar.

Walterbrios
10/2/2006

EL ÁRBOL DE LOS AMIGOS

Existen personas en nuestras vidas que nos hacenfelices por la simplecasualidad de haberse cruzado en nuestro camino.Algunas recorren el camino a nuestro lado, viendomuchas lunas pasar, masotras apenas vemos entre un paso y otro. A todaslas llamamos amigos y haymuchas clases de ellos.Tal vez cada hoja de un árbol caracteriza uno denuestros amigos. El primeroque nace del brote es nuestro amigo papá y nuestraamiga mama, que nosmuestra lo que es la vida. Después vienen losamigos hermanos, con quienesdividimos nuestro espacio para que puedan florecercomo nosotros.Pasamos a conocer a toda la familia de hojas aquienes respetamos ydeseamos el bien.Mas el destino nos presenta a otros amigos, loscuales no sabíamos que iríana cruzarse en nuestro camino. A muchos de ellos losdenominamos amigos delalma, de corazón. Son sinceros, son verdaderos.Saben cuando no estamosbien, saben lo que nos hace feliz.Y a veces uno de esos amigos del alma estalla ennuestro corazón y entonceses llamado un amigo enamorado. Ese da brillo anuestros ojos, música anuestros labios, saltos a nuestros pies.Mas también hay de aquellos amigos por un tiempo,tal vez unas Vacaciones ounos días o unas horas. Ellos acostumbran a colocarmuchas sonrisas ennuestro rostro, durante el tiempo que estamos cerca.Hablando de cerca, no podemos olvidar a amigosdistantes, aquellos queestán en la punta de las ramas y que cuando el vientosopla siempre aparecen entre una hoja y otra.El tiempo pasa, el verano se va, el otoño seaproxima y perdemos algunas denuestras hojas, algunas nacen en otro verano yotras permanecen por muchasestaciones. Pero lo que nos deja mas felices es quelas que cayeroncontinúan cerca, alimentando nuestra raíz conalegría. Son recuerdos demomentos maravillosos de cuando se cruzaron ennuestro camino.Te deseo, hoja de mi árbol, paz, amor, salud,suerte y prosperidad. Hoy ysiempre. Simplemente porque cada persona que pasaen nuestra vida es única.Siempre deja un poco de si y se lleva un poco denosotros. Habrá los que sellevaran mucho, pero no habrá de los que no nosdejaran nadaEsta es la mayor responsabilidad de nuestra vida yla prueba evidente de queDos almas no se encuentran por casualidad.
Jorge Luis Borges